Sergio Vid começou cantando na Legião Estrangeira do guitarrista Celso Blues Boy e só ensaiou, no final dos anos 1970. Ficou famoso sendo o vocalista, que escondia o rosto, da banda carioca Sangue da Cidade, em 1981. O grupo alcançou o estrelato em 1983 com o sucesso “Brilhar a Minha Estrela” – música que se tornou um clássico do Rock Brasil. Curiosamente, a banda nunca chegou a gravar um disco cheio (LP) com Vid nos vocais.
. No final de 1983 ele deixa a banda e, nesse mesmo ano, grava um compacto à frente do Doce Veneno.
. Em 1984, integrou o 6L6 e o Bixo da Seda. Formou o Vid & Sangue Azul, que viria a gravar, em 1986, um EP com as faixas “Criança Inconseqüente” e “Rio de Janeura”. A banda se manteve ativa na programação da Rádio Fluminense FM durante oito anos diretos.
. Em 1991, faz show para mais de 50 mil pessoas no Rock In Rio II, no Maracanã (RJ).
. Em 1997, lança seu primeiro CD, “A Bruxa”, onde reúne pérolas como: “Sangue Azul”, “A gente vai levando…”, “Rio de Janeura”, dentre outras.
. Em 2001, lança “Diversões” como Sergio Vid, onde fez releituras de clássicos do rock internacional. Atualmente, morando na região serrana do Rio de Janeiro, Vid prepara seu retorno à música.
. “Brilhar a Minha Estrela” faz parte da trilha sonora do filme Tropa de Elite, em 2007.
Texto, redação e edição por Elias Nogueira
No final dos anos 1970, o Paulo Paranóia, ou Paulão (já falecido), convidou Vid para fazer um som com outros caras no apartamento dele, em Copacabana. Na bateria era o Kadu ou o Minhoca; na guitarra, o Celso Blues Boy – que tinha ótimos rocks.
“Depois dessas reuniões, o Celso montou a Legião Estrangeira, mas eu só ensaiei, não fiz a estréia. Nem eu nem uns seis outros músicos. Toda hora o Celso brigava com alguém. Que confusão!! Não dava um mês e tínhamos que recomeçar os ensaios com outro músico. Aliás, no dia em que entrei para a banda, alguém já estava saindo. Os ensaios eram na casa do Celso, também em Copacabana. O quarto dele parecia uma sauna-estúdio. Todas as janelas embaçadas. O show finalmente estreou no Teatro da Praia. O Trio: Celso (guitarra), Luís Cláudio “Blog” (baixo) e Minhoca (bateria). Ninguém sabia o que era um “blog”. Hoje está revelado… Na platéia havia duas outras Legiões Estrangeiras de reserva. Somente músicos dissidentes ou expulsos” (risos).
Vid ficou tratando e educando sua voz, cada vez mais, e vendo o tempo passar – até que, um dia, um cara de nome Paulo Henrique Duncan colocou um anúncio para vender um piano Wurlitzer.
“O Paulinho era tecladista num conjunto chamado Sangue da Cidade. Eu tinha sido levado por um amigo comum, Dylmar “Beatle” (da Banda Espiral), a um show dos caras num colégio em Botafogo. Fiquei amarradão. Acabei comprando o piano do Paulo Henrique que estava com duas ou três teclas defeituosas. Instalei em meu apartamento. O Paulinho ficou de voltar para consertar. Pensei que jamais o veria de novo, mas ele honrou a palavra. Retornou acompanhado de um cabeludo de nome Di Castro, que portava um violão. Assim que o piano ficou arrumado, o Paulinho me perguntou se queria que ele tocasse alguma coisa. Eu sugeri o velho e bom mi-lá-si de Roll Over Beethoven, clássico do Chuck Berry, e ataquei!
O Paulo arregaçou uma introdução e o cabeludo acompanhou no violão e eu caprichei no vocal. Quando terminamos, me convidaram para cantar no conjunto deles. Aceitei na hora.
Hora do rush foi o primeiro rocker. Estourou na Rádio Fluminense FM. Depois veio a belíssima “Brilho da lua”. Quando gravamos Brilhar a minha estrela, a Warner nos contratou. Fizemos rádio, TV, imprensa e muitos shows.
Estouramos nacionalmente. Na TV fizemos ‘Globo de Ouro’, ‘Cometa Loucura’, ‘Geração 80’,Chacrinha, entre outros. Os shows aconteciam no Circo Voador, Teatro Ipanema, Morro da Urca (com recorde de público) etc. Lamentavelmente, havia muita fricção na banda – fato até relativamente comum em conjuntos – e acabei vendo-me forçado a sair. A única discografia do Sangue da Cidade até final de 2007 é um compacto, lançado em 1983, com as faixas Brilhar a minha estrela e, no lado B, de minha autoria, Feito louco. Brilhar… toca até hoje nas rádios como flashback, e acabou integrando a trilha sonora do filme Tropa de Elite, em 2007”.
O logotipo Sangue da Cidade foi desenhado por Maria Clara Niemeyer a partir de concepção de Sergio Vid.
Sergio Vid, com sua banda Sangue Azul, disputa e consegue, através de sua performance no Circo Voador, o seu objetivo.
“Continuei com meu projeto Vid & Sangue Azul, consagrado no Rock In Rio II, ao ganhar o primeiro lugar, dentre quase 400 artistas, e abrir o show do Santana, Billy Idol e INXS. Depois criei a MPB – Música Pauleira Brasileira, gravando Chico Buarque (“Partido alto”) como se fosse AC/DC. A idéia, devidamente suavizada, foi bem aproveitada pelo Barão Vermelho, que vendeu 500 mil cópias do “Álbum”.
Vid nunca parou com a música, sempre procurando algo que o faça seguir em frente. Foi assim desde aquela época.
“Estava em processo de saída do Sangue da Cidade quando fui procurado por um cara muito legal chamado Marcelo ‘Curi-Curi’. Ele queria um cantor para uma banda pop. O baterista se chamav Alvaro. Gravei os dois lados do single. Saiu pela PolyGram/Lança, em 1983, sob o nome de Doce Veneno.
Em 1984, volta o Paulo Henrique Duncan à cena, desta vez para me convidar a integrar uma banda pop/progressiva que ele estava montando com o Rodrigo Castro Neves, baterista que entrara no lugar do Pena, no Sangue da Cidade. Nas guitarras, o magistral Edom e o excelente Marcos Britto, que chegou a integrar Vid & Sangue Azul posteriormente.
Eu estava entrando no lugar do Ricardo Lima, que saía não sei por que. Hoje, o Ricardo é o espetacular guitarrista e cantor da Banda Trucco Classic Rock. Gravei duas faixas com a banda então batizada 6L6. As faixas foram parar no LP de 1984, um pau-de-sebo da Ariola.
Foi a primeira vez que tive contato com o lado “zona” das gravadoras. Como eu disse, eu entrava no lugar do Ricardo Lima, que havia gravado as duas faixas que eu regravaria na seqüência. O suposto “produtor” do disco, aparentemente, não ouviu as masters antes de mandar fazer o acetato. Resultado: o disco foi lançado com a voz do Ricardo e com a gravação inacabada, pois somente as versões com a minha voz estavam com o acabamento final. Esse episódio praticamente implodiu a banda.
De qualquer forma, além do lado “zona”, tive também contato com o sujeito mais elegante de gravadoras de todos os tempos: Peter Klamm (acho que é assim que se escreve). Um holandês educadíssimo, mais tarde executivo da CBS, que me recebeu no dia em que ruía seu casamento. Só soube porque ele me disse no final de nossa reunião. De alguma forma, conseguiu não misturar o pessoal com o profissional. Eu lhe disse que ele não precisava ter feito aquele esforço, poderíamos ter marcado outro dia etc. Ele só disse que estava tudo bem. Mandou recolher as cópias erradas na praça e substituiu-as pelas corretas, mas, por algum motivo, não foi possível resgatar o LP. Nenhuma das bandas presentes no disco alcançou qualquer espécie de sucesso, fato que também representa fracasso para a gravadora.
Muito adiante no tempo, o Michael Plopschi, da extinta RCA, lançou outra banda chamada 6L6.
No reveillon de 1984, fiz um dos melhores shows de toda a minha vida com o Bixo da Seda. O Marcos Lessa, super baixista, me convidou para ensaiar com o trio de ouro: Edinho, Marcão e Mimi para um espetáculo em uma lona, tipo Circo Voador, em Porto Alegre. Ensaiamos no Brizolão de Ipanema. O Bixo da Seda, agora, era um quarteto, o que me deu muita honra, já que era uma das melhores bandas de rock do país.
De volta ao Rio, essa formação do Bixo da Seda gravou duas faixas na EMI-Odeon produzidas pelo Marcelo Sussekind: ’Doce Veneno’ & ‘Erosão’. A primeira nada tem a ver com o conjunto do mesmo nome. A segunda é parceria minha (letra) com o Marcão (música). Foi lançada por Vid & Sangue Azul em português (CD “A Bruxa” – Sempre Música/Passion) e em inglês (LP “Vid & Sangue Azul” – Cogumelo), e pela banda gaúcha Bandalheira, em português. As gravações do Bixo da Seda não viram a luz do dia. A EMI não levou o projeto adiante, talvez preferindo uma banda em que participava o próprio Marcelo Sussekind, junto com o Roberto Lly. Muito boa banda, por sinal, a Erva Doce”.
Vid participou de vários projetos, sempre era convidado.
“Participei da banda Vapor com o mágico Julinho Maia na guitarra e o magistral Beto Ibeas (que também foi do Sangue Azul) no baixo.
Em 1999, gravei um dueto com o Victor Biglione para o songbook do Chico Buarque: ‘Hino de Duran’. O convite havia sido para mim, a que se juntou o Victor, e o resultado foi esplêndido. A banda, impecável. Lembro-me do Renato Massa na bateria, do João Baptista (músico do Milton Nascimento), no baixo, e do José Lourenço, universalmente conhecido como “Positivo” (maestro do Erasmo Carlos) nos teclados.
Em 2000 Vid & Sangue Azul foi convidado pela EMI a integrar um CD com os melhores das duas primeiras edições do Rock in Rio. O CD foi lançado então com Vid & Sangue Azul, Iron Maiden, Queensryche, Joe Cocker e Go Go’s, o que me deu muita satisfação.
Jamais gravei com a banda Grafite, mas houve época em que eles sempre me chamavam para cantar ao vivo a música ‘Siga-me’. Era o maior barato. Num show do Grafite para uma Rádio, na praia de Ipanema, um dos caras da Rádio veio a mim e perguntou por que eu não trouxera a banda Vid & Sangue Azul. Eu respondi que não havia sido convidado. Ele então me informou que havia, sim, pedido minha banda para a gravadora (RCA, na época) que, entretanto, afirmou que eu não estava disponível, tocando no nordeste, e propôs outra banda em meu lugar. Eu estava em casa o tempo todo, aguardando divulgação por parte da gravadora. Ou seja, a gravadora não promove seu próprio produto e ainda impede a divulgação que se faria espontaneamente. Depois a indústria fica descapitalizada, mas não sabe por que…
Quem me chamou algumas vezes para cantar ‘Brilhar a minha estrela’, do Sangue da Cidade, ao vivo, foi a banda Perdidos na Selva do Rodrigo Quik. Era sempre divertido
Gravei com o baixista Jorge Pescara, para seu CD lançado no Japão, uma música de Jimi Hendrix,’Power of Soul’.
Ithamara Koorax gravou letra minha, ‘Heartbell’, no CD ‘Guanabara’, pela CTI americana. Jamais recebi cópia dessa gravação.Fico muito curioso. Ela é uma cantora maravilhosa.
Gravei “Yer Blues”, dos Beatles, junto com o super slide-guitarist Big Gilson, ex-Big Alambik, em projeto-homenagem ao “White Álbum”, promovido pelo indefectível Marcelo Fróes, com intermediação do jornalista Elias Nogueira. No embalo, compus parceria (letra) para excelente blues do Big Gilson, intitulado “Sentenced to Living”, que acabou sendo a faixa-título de um CD dele”. O Gilson é um grande brother. Acabo de compor outra parceria com ele, chamada “Tormenta”, para o lançamento 2013 do Big. Na letra, falei do sofrimento traumático de vivenciar uma enchente, como a que eu vivi na serra fluminense em 2011. Depois o Bnegão acrescentou um rap sensacional.
Sergio Vid foi criador, compositor e cantor da banda Vid & Sangue Azul, lançou discos, fez várias aparições…
“Montei Vid & Sangue Azul, mas também participei do Arranha-Céu, que contava com a “guitarra endemoniada de Ernesto Rios”, nas palavras do guru roqueiro Jamari França. Júnior, no baixo e o falecido Romney na bateria (irmão do Ronaldo Jones, baixista do Sangue da Cidade). Para se ter uma idéia da influência do Deep Purple no projeto, uma das principais canções se chamava “Purplerose”… O Arranha-Céu não gravou, mas ficou gravado na memória do underground carioca
No rastro, também fui chamado para um projeto montado pelo Jodele Larcher, que se chamaria Tamanduá Bandeira, em que sua esposa também cantaria. Houve uma reunião e um ensaio, mas não houve seguimento.
Concentrei-me em Vid & Sangue Azul de 1986 a 1991, com vários graus de sucesso e reconhecimento. Os feitos do Sangue Azul merecem um capítulo específico. Em 01/12/1990, Vid & Sangue Azul ganhou a Escalada do Rock, da Artplan, para tocar no Rock in Rio II, em 19/01/1991, abrindo os shows de Santana, Bily Idol e INXS, diante de 50.000 pessoas”.
O logotipo Vid & Sangue Azul foi desenhado por Bia Manso, a partir de concepção de Sergio Vid.
Vid & Sangue Azul teve formações e convidados ilustres.
“Assim como o Steely Dan se concentrava nas pessoas de Donald Fagen e Walter Becker – com os demais músicos orbitando seus mentores – concebi o Sangue Azul não como uma banda, mas como um projeto, para o qual eu convidava os músicos que melhor se adequavam à composição que seria gravada, ou ao tipo de espetáculo que seria apresentado.
Criei o Sangue Azul em 1985. A formação original trazia Ernesto Rios, na guitarra, Ronnie, na bateria e Júnior, no baixo. A primeira apresentação foi no Circo Voador. Mais tarde foi incorporado o Zé Marcos, nos teclados.
Pouco tempo depois, entrou o Norberto para o posto de guitarrista, fizemos um show antológico no Estádio de Remo da Lagoa. O Paulo Nera foi o terceiro guitarrista da banda; depois veio o Antônio Salgueiro.
Tivemos outros guitarristas como convidados ocasionais, tais como Robertinho de Recife, Daniel Cheese, Marcos Britto e Rafael Prista (da banda Valéria & Alma de Borracha). Os dois primeiros participaram do CD “Vid & Sangue Azul – A Bruxa”, com produção executiva de Elias Nogueira.
Quanto aos baixistas, o Júnior, já mencionado no início.Também tivemos o próprio Ernesto Rios, provisoriamente no posto – o Ronaldo Jones (Sangue da Cidade), o Beto Ibeas (ex-Robertinho de Recife, e que estava na formação do Rock in Rio II), o Bosko (ex-Metal Pesado), o Didier Fernand e o Jorge Mathias.
Na bateria o Sangue Azul contou com o já citado Ronnie, depois Luís Moreno (ex-Metal Pesado), Otávio Henrique (ex-Sangue da Cidade, atual Fevers), Renato Massa, Léo (do Analfa), Pena (ex-Sangue da Cidade), Elias “El Rock”, Adriano, Anderson Guilinzoni (que estava no Rock in Rio II) e Bruno Dvorán, todos eles, sem exceção, músicos de excelência.
Nos teclados tivemos o supracitado Zé Marcos, o excepcional Enderson Mesquita (que estava no Rock in Rio II), o antológico Maran (do Analfa), o Elias Mizrahvi (da banda progressiva Veludo), o Vítor Chicri e o Kaíke.
Nos vocais, as cantoras Kenya Garritano, Maria Eugênia, Aline, Maria Clara e Adriana.
O Sangue Azul se apresentava com figurinos medievais estilizados, criados por Maria Clara Niemeyer.
– No CD ‘A Bruxa’ há participações super especiais: Robertinho de Recife, Zé da Gaita, Áurea Regina na flauta, e do lendário Paul de Castro, ex-Mutante, no violino.
Todos esses músicos estiveram comigo no período entre 1985 e 1996, tanto em shows como em gravações. Tive a felicidade de registrar gravações ou eventos com essa miríade de inquestionáveis talentos, que muito abrilhantaram cada idéia que me brotava à mente. Sem eles, todos eles, não teria sido possível concretizar sequer uma parcela do que Vid & Sangue Azul buscou levar ao público, sempre com a integridade e dignidade que o rock ‘n’ roll requer e que eu, como fiel súdito, respeito e preservo.
– No CD “DIVersões”, os convidados especiais são Zélia Duncan e Barão Vermelho.
“Versões sempre foram extremamente vendáveis no Brasil, sendo carros-chefes de uma infinidade de discos. Daí me ocorreu tentar algo ainda inédito: um disco inteiro só de versões de primeira linha.
Eu, pessoalmente, redigi cartas para compositores mundo afora e obtive o seguinte repertório, na ordem que saiu no disco:
Them changes / Demais (Buddy Miles) – Band of Gypsys.
Listen to the music / Ouça bem a música (Tom Johnston) – Doobie Brothers; uma million seller.
If / Se (David Gates) – Bread; outra million seller;
Superstar / Superstar (Tim Rice & Andrew Lloyd Webber) – Murray Head (tema principal da
ópera-rock “Jesus Christ Superstar”).
You are so beautiful / Você é tudo (Billy Preston/Bruce Fisher) – Joe Cocker.
She works hard for the money / Duro sem grana (Donna Summer/Michael Omartian) – Donna Summer.
Long time gone / Longo tempo (David Crosby) – Crosby, Stills & Nash; abertura do filme Woodstock;
dueto com Zélia Duncan.
Dream on / Sonhando (Steven Tyler) – Aerosmith; considerada pela MTV americana uma das
100+ baladas-rock de todos os tempos.
Something / Algo (George Harrison) – Beatles; o single vendeu dois milhões de cópias; maior xodó de Harrison; primeiro lado A de Harrison nos Beatles; até onde se saiba, a última versão que ele liberou no mundo antes de nos deixar órfãos; soube que outros dois músicos brasileiros pediram a mesma música, mas a honra coube a mim; única música destacada por George Martin no encarte do CD Number # 1; tão famosa que há mais de 200 gravações pelo mundo; que eu saiba, “Algo” é a única gravação em idioma diverso do inglês.
Higher ground / Alto astral (Stevie Wonder); doei os royalties desta para o Instituto Benjamin Constant (está na capa do disco).
Bridge over troubled water / Rio de águas calmas (Paul Simon) – Simon & Garfunkel; vendeu 500 mil cópias só no lançamento; sucesso estrondoso inúmeras vezes regravado.
See what tomorrow brings / Espere o dia nascer (Doyle Bramhall II) – Arcangels; homenagem a Stevie Ray Vaughan.
A song for you / Canto pra você – Leon Russell.
Bônus: Metamorfose ambulante (com letra adicional de minha autoria); participação do Barão Vermelho em sua última gravação antes do primeiro disco solo do Frejat.”
Sergio Vid, simpático, querido, voz marcante. A Coca-Cola, sabendo disso, colocou a voz do cantor no comercial do refrigerante, patrocinadora oficial das Olimpíadas de Barcelona em 1992. Foi um dos comerciais que mais tempo ficou no ar, o mais duradouro que se tem visto na televisão. Vid deixou sua marca e até hoje pode ser visto nos canais do Youtube.
No final de setembro de 1993, quando o baixista Steve Harris, do Iron Maiden, anunciou que havia separado 40 fitas de vocalistas dos quatro cantos do mundo, já havia sido feita uma triagem, porque havia mais de 400 candidatos à vaga de Bruce Dinkinson na banda. Vid foi um dos dois brasileiros, e o que teve o maior destaque, tanto na mídia, como por seguidores do Iron Maiden. Não era pra menos, Vid sempre foi unanimidade como melhor cantor de rock no Brasil.
Dream On / Passion – Música do Planeta Terra
Em 1991, Sergio Vid, colecionador de músicas, não se conteve com sua coleção de discos pessoal e fundou a “Dream On”, importadora de cds. Com isso surgiu a Passion. Dream On era a razão social e Passion, o nome fantasia.
A Passion na realidade, surgiu de uma coleção de discos em 1963 e foi uma empresa que tratou a música como a “Primeira Arte”. Vid é tão criterioso quando o assunto é música, que só estocava o que considerava música de bom gosto, estilos variados e sem limites. Chegavam cds de toda parte do mundo,incluindo África, Ásia e até Países Árabes.
No que diz com a música terapêutica, a Passion foi a distribuidora pioneira no mercado brasileiro. Vid estudou meticulosamente cada disco para melhor aproveitamento e informar seus clientes.
Sob sua direção, a Passion distribuiu diferentes selos como (EUA) Access, Blue Suit, Blues Rock, Canyon, Golden Harp, Hearts of Space, Higher Octave, India Archive, Inner Peace, Monitor, Nagam, Narada, Puppy, Raven, Schoolkids e Silver Wave; (Inglaterra) B & W e New World; (Alemanha) CrossCut, Line e New Earth; (Grécia) D.P.H.; (Espanha) Golden Temple; (França) Musea, entre outros. Musea foi trabalhada em parceria com o jornalista Elias Nogueira.
A Loja “Passion” situava-se em Copacabana, bairro da Zona Sul do Rio, num ponto estratégico, entre Avenida Atlântica e Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na altura do Posto 5. Ali Vid recebia clientes e amigos aficionados em música, que, além de trocarem idéias, tinham como escutar cada um dos produtos ali expostos. Por lá passaram vários famosos, pelo simples prazer de ir numa loja diferente e ser atendido por um músico que sabe tudo de música.
Os logotipos Dream On e Passion foram desenhados por Claudia Lins.
Texto, redação e edição da biografia por Elias Nogueira